Quem acompanha o universo de investimentos em ações, com certeza ficou sabendo que o mercado viu com otimismo a restruturação da Casas Bahia, que será realizada por meio de uma recuperação extrajudicial.
Após o anúncio, os papéis da empresa tiveram alta de 34%. Mas o que os investidores podem esperar de agora em diante? Vale a pena comprar ações da Casas Bahia?
Convidamos o nosso analista de investimentos, Gabriel Mollo, para responder essas perguntas e deixar você muito bem informado sobre este caso. Boa leitura!
Como será a recuperação extrajudicial da Casas Bahia?
Como vimos, a Casas Bahia está prestes a iniciar um plano de transformação para enfrentar a crise financeira em que se encontra e quitar suas dívidas, que já totalizam R$ 4,1 bilhões.
O acordo extrajudicial, já pré-acordado com os principais credores detentores de 54,5% dos débitos, será estendido aos demais credores, incluindo pessoas físicas.
O plano contempla o alongamento da amortização da dívida, com uma carência de 24 meses para o pagamento de juros e 30 meses para o pagamento do principal.
Além disso, oferece a possibilidade de os credores converterem parte da dívida em participação na empresa.
Esse “reperfilamento” da dívida permitirá à companhia preservar cerca de R$ 4,3 bilhões em seu caixa ao longo dos próximos quatro anos.
O prazo médio da dívida aumentará de 22 para 72 meses, com uma redução de 1,5 ponto percentual no custo médio, representando uma economia de R$ 400 milhões durante o período.
Antes do acordo, a Casas Bahia teria que pagar, este ano, R$ 1,24 bilhão em amortizações e R$ 313 milhões em juros.
Agora, a empresa só retomará os pagamentos a partir de 2026, com R$ 150 milhões em amortização e R$ 103 milhões em juros.
No entanto, terá que arcar com pagamentos de R$ 2,58 bilhões em amortizações e R$ 1,9 bilhão em juros até 2030.
Qual é o impacto da reestruturação para investidores e outros players?
Para os acionistas, esse plano é crucial para restaurar a confiança na governança da empresa e potencialmente aumentar o valor das ações, estabilizando-a financeiramente.
Para outros stakeholders, como credores e funcionários, a implementação bem-sucedida do plano pode garantir maior segurança em relação ao futuro da empresa, evitando procedimentos mais drásticos, como a recuperação judicial.
Vale a pena investir em Casas Bahia?
De acordo com Gabriel Mollo, nosso analista de investimentos, o pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia é positivo, pois o custo significativamente elevado vinha impactando os resultados da empresa.
Com essas medidas, é provável que as expectativas mais pessimistas em relação à companhia sejam dissipadas e que ela consiga restaurar sua lucratividade de forma mais rápida.
Segundo Mollo, apesar do “reperfilamento” da dívida ser positivo, não é o momento certo de comprar as ações da Casas Bahia.
“Este processo é complicado e é recomendável aguardar a divulgação dos próximos resultados para ver se o acordo conseguiu aliviar o problema da dívida permitindo que a companhia organize a operação e gere lucro. Sendo assim, vale a pena manter as ações na carteira quem já as possui, mas não devemos indicar uma compra”, explica o analista.
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Conclusão
Em resumo, a recuperação extrajudicial da Casas Bahia demonstra um importante passo para a estabilização financeira da empresa, gerando otimismo no mercado e impulsionando o valor de suas ações.
A expectativa é de que, com as medidas adotadas, a empresa consiga restaurar sua lucratividade e recuperar a confiança dos acionistas, além de garantir maior segurança para seus demais stakeholders.
No entanto, é importante que os investidores avaliem cuidadosamente sua estratégia, considerando a diversificação da carteira e seu perfil de investidor.
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