Quando falamos em Bolsa de Valores, logo pensamos em ações de empresas. Contudo, essa está longe de ser a única forma de investimento desse mercado. Populares no exterior, os ETFs, também chamados de fundos de índices, estão ganhando cada vez mais relevância no Brasil.
Esse tipo de investimento atrai a atenção de investidores que desejam ingressar na renda variável e de quem busca diversificação em diferentes mercados.
Seus principais diferenciais são o baixo custo e a facilidade para investir. Mas, afinal de contas, onde encontrar os ETFs e como começar a investir? As dúvidas de quem quer saber como funcionam os ETFs e como você pode lucrar com eles, você encontra nos tópicos abaixo.
Boa leitura!
Sumário
Toggle- O que são ETFs?
- Como funciona um ETF?
- Quais são os tipos de ETF?
- ETFs de renda variável
- ETFs de renda fixa
- Qual a diferença entre ETF e fundo de ações?
- ETFs pagam dividendos?
- Vantagens de investir em ETF
- Quanto custa investir em ETF?
- Como é a tributação dos ETFs?
- Quais são os melhores ETFs?
- Como escolher os ETFs ideais para investir?
- Quais são os riscos de investir em ETFs?
- Como investir em ETF?
- Conclusão
O que são ETFs?
ETF é a sigla para Exchange Traded Fund. Trata-se de um tipo de fundo que aplica recursos de investidores em carteiras que seguem um índice de referência, como o Ibovespa, o Small – de Small Caps, ou o S&P 500 – índice do mercado americano de ações.
Criado nos anos 80 nos Estados Unidos, o ETF só foi regulamentado no Brasil em 2002 e o aumento de sua popularidade no país é recente.
O PIBB (Papéis de Índice Brasil Bovespa) foi o primeiro ETF criado no Brasil. Sua referência é o IBrX-50, o índice composto pelas 50 ações mais negociadas na B3. Desde então, diversos novos ETFs foram lançados na Bolsa, como o Ibovespa, o S&P 500, o Índice de Dividendos (IDIV), o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), além de ETFs que acompanham índices da renda fixa, como o IMA-B, que segue a variação de títulos públicos ligados à inflação.
Como funciona um ETF?
Em um ETF, um gestor fica responsável por investir o dinheiro dos investidores em ativos que performem o mais próximo possível ao indicador de referência.
Vamos usar o Ibovespa como exemplo: o gestor utiliza os recursos investidos no ETF para comprar ações das empresas que compõem o índice, seguindo as mesmas proporções.
A ideia é sempre manter a rentabilidade do ETF parecida com a do índice. Se o Ibovespa subir 5%, o crescimento também é esperado no ETF. E mesmo vale para o caso de o indicador recuar.
É uma opção de investimento bem prática, pois, por meio de um ETF, é possível ter acesso a diversos papéis com uma única aplicação.
Assim como outros tipos de fundos, os ETFs são divididos em cotas, que são negociadas na Bolsa de Valores. Sua rentabilidade varia com a valorização dos ativos investidos e o valor das cotas também oscila de acordo com a oferta e demanda.
Quais são os tipos de ETF?
No mercado internacional, há uma grande variedade de ETFs. Entre os que investem em ações, existem os que seguem índices amplos, segmentados, nacionais, internacionais e setoriais. Também existem ETFs de índices de commodities, moedas, criptomoedas e títulos de renda fixa.
No Brasil, é mais comum encontrar ETFs que investem em renda variável, especialmente em ações. Mas também há opções atreladas à renda fixa, que replicam índices formados por títulos públicos.
A seguir, vamos falar melhor sobre cada um deles, confira!
ETFs de renda variável
Os Exchange Traded Funds de renda variável são aqueles que tendem a gerar mais oscilação no mercado.
Entretanto, essa pode ser uma boa oportunidade para diversificar e acrescentar ETFs ao seu portfólio.
Outra característica dos ETFs de renda variável é a sua diversificação automática. Cada ETF engloba uma série de ativos, o que ajuda a mitigar o risco associado a investir em ações individuais, por exemplo.
Além disso, a liquidez desses instrumentos é alta, uma vez que são negociados em bolsas de valores, permitindo que os investidores comprem e vendam cotas ao longo do dia.
ETFs de renda fixa
Por sua vez, os ETFS de renda fixa têm destaque devido à sua capacidade de fornecer exposição a diversos tipos de títulos de renda fixa em um único pacote.
Ou seja: eles funcionam de maneira semelhante aos ETFs de renda variável, mas possuem títulos de dívidas em vez de conter ações entre seus ativos.
Dessa maneira, uma das principais vantagens dos ETFs de renda fixa é a diversificação que oferecem em termos de títulos de dívida. O que dá acesso a uma série de papéis com diferentes prazos, taxas de juros e emissores.
Algo que pode promover bons resultados, lucros e, ainda, reduzir o risco associado a qualquer título específico e seus respectivos índices.
Além disso, os ETFs de renda fixa geralmente oferecem liquidez, uma vez que são negociados em bolsas de valores. Isso permite aos investidores a compra e venda de cotas com facilidade. Isso é particularmente útil para quem deseja ter acesso a investimentos de renda fixa sem o compromisso de manter títulos individuais até o vencimento.
Qual a diferença entre ETF e fundo de ações?
Apesar de ambos serem fundos de investimentos, a principal diferença entre eles é o papel da gestão na escolha dos ativos.
No ETF, como vimos, o gestor tem o papel de distribuir o recurso do fundo entre ativos que repliquem a rentabilidade de um determinado índice, isto é, uma gestão passiva.
Sendo que o principal objetivo de fundos de gestão ativa é superar o benchmark adotado. Em outras palavras, proporcionar um retorno superior aos fundos de gestão passiva.
ETFs pagam dividendos?
No Brasil, os ETFs não pagam dividendos. A política deste tipo de fundo é reinvestir os proventos recebidos no próprio fundo, fazendo com que o valor da cota se valorize.
Vantagens de investir em ETF
Ainda que a forma de investir em ETF seja muito parecida com outros investimentos em renda variável, esse tipo de aplicação tem algumas vantagens específicas. Confira abaixo:
- Praticidade: comprar e vender cotas de ETFs é muito fácil. Não tem nenhuma burocracia.
- Diversificação: ao comprar cotas de um único ETF, você investe em vários ativos de uma só vez.
- Gestão profissional: você não precisa se preocupar em rever a composição da sua carteira para acompanhar os índices de referência, já que o gestor do ETF fica responsável por realizar essa atividade.
- Baixo custo: Os custos operacionais e administrativos costumam ser mais reduzidos devido a menor complexidade de gestão, visto que seu objetivo é apenas acompanhar um índice de referência e não superar como ocorre com fundos de gestão ativa.
- Transparência: divulgação diária da composição de carteira e precificação disponível publicamente.
Quanto custa investir em ETF?
Não é necessário ter muito dinheiro para investir em ETFs. Antigamente, a quantidade mínima para compra de ETFs era de 10 cotas. Mas, atualmente, é possível comprar uma única cota por vez. Por isso, o investimento inicial pode ser baixo.
Outra questão a considerar são as despesas envolvidas na operação. As cobranças realizadas são:
Taxa de administração
Cobrança anual realizada de acordo com a administradora do fundo. O valor costuma variar entre 0,10% e 0,80%.
Taxa de corretagem
Valor referente à intermediação da transação cobrado pela instituição financeira. Em alguns casos, pode haver isenção.
Taxa de custódia
Pode ser cobrada pela instituição financeira ou pela B3 para garantir a segurança da operação.
Taxa de emolumentos
Taxa cobrada pela B3 e a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia pela realização da operação.
Como é a tributação dos ETFs?
Tanto para os ETFs de renda variável quanto os de renda fixa, é realizada a cobrança de Imposto de Renda.
Para os ETFs de renda variável, a alíquota é de 15% sobre o ganho de capital, pois segue a mesma tributação de um fundo de ações, com a diferença que o investidor neste caso é quem é responsável pelo cálculo e recolhimento do IR, através da DARF até o último dia útil do mês seguinte à operação.
Nos ETFs de renda fixa, o que define a tributação é o prazo médio das carteiras do ETFs, e no Brasil, como as carteiras médias possuem o prazo superior a 720 dias, a tributação também é de 15%, sendo, a instituição intermediadora a responsável pelo recolhimento do IR na fonte.
Os ETFs de fundos imobiliários seguem a mesma alíquota dos fundos imobiliários. No caso dos ETFs, não existe isenção de IR para vendas abaixo de R$ 20 mil mensais, como ocorre com as ações.
Quais são os melhores ETFs?
Difícil responder isso de maneira clara e objetiva. Afinal, existem vantagens que só se definem por meio de um alinhamento com o perfil do investidor.
Por exemplo: um ETF de renda variável não é proveitoso (não importando seus resultados) para um investidor com perfil conservador e que não quer ou pode se expor a riscos.
Por sua vez, existem elementos que ajudam a entender se os ETFs valem ou não a pena. Como a origem de cada fundo por trás deles. Ou, ainda, o histórico de cada um desses produtos dentro das bolsas de valores.
Para te ajudar, reunimos alguns ETFs de renda fixa e de renda variável para você conhecer e fazer uma análise mais aprofundada sobre eles posteriormente:
ETFs de renda variável | ||
Código | Fundo | Índice de referência |
BOVB11 | ETF BRA IBOV | Ibovespa |
BOVA11 | ISHARES BOVA | Ibovespa |
IVVB11 | ISHARE SP500 | S&P 500 |
SMAC11 | IT NOW SMALL | Índice Small Cap (SMLL) |
SMAL11 | ISHARES SMAL | Índice Small Cap (SMLL) |
ETFs de renda fixa | ||
Código | Fundo | Índice de referência |
IRFM11 | IT NOW IRF-M | Índice IRF-M P2 |
IMAB11 | IT NOW IMA-B | IMA-B |
FIXA11 | MIRAE FIXA | S&P/B3 Índice de Futuros de Taxas de Juros |
IB5M11 | IT NOW IB5M | IMA-B5+ |
IMBB11 | BRAD IMA-B | IMA-B |
Atenção, apenas, para o fato de que isso não reflete, necessariamente, em uma indicação dos melhores ETFs do mercado. E, sim, alguns exemplos dos ETFs listados para que você faça uma análise a respeito deles e comece a compreender quais podem ser os melhores para você, especificamente.
Como escolher os ETFs ideais para investir?
Escolher os ETFs ideais para investir requer uma abordagem cuidadosa. Aqui estão alguns passos:
- Antes de investir em ETFs, tenha clareza sobre seus objetivos financeiros. Determine se você está procurando crescimento de capital, geração de renda, proteção contra a inflação ou alguma combinação desses objetivos;
- Avalie sua tolerância ao risco. Isso ajudará a determinar quais ETFs se adequam a você;
- Certifique-se-se de que os ETFs escolhidos ofereçam a diversificação necessária. Alguns ETFs acompanham índices amplos, enquanto outros se concentram em setores específicos;
- Analise as despesas do ETF, incluindo a taxa de administração (conhecida como taxa de gerenciamento) e os custos de negociação;
- Desempenho histórico dos ETFs. Embora o desempenho passado não seja garantia de desempenho futuro, é útil observar como o ETF tem se saído em relação ao seu índice de referência ao longo do tempo.
- A liquidez é importante, também, para que você possa comprar e vender cotas com facilidade, evitando spreads elevados.
Quais são os riscos de investir em ETFs?
Assim como qualquer outro produto financeiro do mercado, não adianta investir sem o devido planejamento e alinhamento com o seu perfil de investidor. Mas é importante também conhecer os próprios riscos de mercado sobre o qual esses ETFs se encontram.
Além disso, pode existir o risco de volatilidade (especialmente, em renda variável), de liquidez e de encerramento — que é raro, mas acontece quando um emissor de ETF pode decidir encerrar o fundo.
Para mitigar esses riscos, é importante diversificar sua carteira, entender completamente o ETF no qual você está investindo e acompanhar seu desempenho. E tenha auxílio especializado caso não sinta segurança em investir por conta própria.
Como investir em ETF?
O processo para investir em um ETF é muito similar a outros investimentos na bolsa de valores, como a compra de ações. Antes de começar, você deve se certificar se o ETF é um investimento indicado para o seu perfil de investidor.
Para isso, é só responder a um questionário de suitability e descobrir qual é a sua tolerância a risco. Especialmente em ETFs atrelados à renda variável, é necessário ter resiliência para não se desesperar frente às oscilações que podem ocorrer.
Depois, é só abrir uma conta aqui no Daycoval. Temos uma plataforma digital de investimentos, com home broker com taxa zero corretagem e custódia e, você ainda encontra um excelente portfólio de produtos e assessoria personalizada.
Com a conta aberta, basta transferir o valor que deseja investir e escolher o ETF no qual irá aplicar. Estude as possibilidades e avalie as perspectivas das opções de indicadores antes de fazer a escolha. Se precisar de ajuda, é só entrar em contato com o nosso time de assessores de investimentos. Eles vão indicar os melhores produtos de acordo com o seu perfil. A aplicação pode ser realizada pelo home broker.
Conclusão
Viu como os ETFs são alternativas interessantes de diversificação de investimentos? Contudo, nada é tão simples assim: todo o processo de compra e venda deve ser feito com cautela, conhecimento e alinhamento ao seu perfil.
Assim, é possível extrair o melhor de cada produto financeiro e garantir que a sua exposição aos riscos seja a mínima possível — e dentro do seu perfil, claro.
Precisa de ajuda para avaliar alguns dos principais ETFs e outros ativos do mercado financeiro? Analise conosco algumas das principais opções de renda variável!