No exterior, as bolsas asiáticas terminaram os negócios desta quarta-feira em alta, com investidores se preparando para o feriado do ano-novo chinês, que se estenderá por uma semana. Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em alta moderada, já as bolsas europeias operam mistas.
Fica no radar as negociações sobre um novo pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão nos EUA, assim como o CPI americano.
O feriado do ano-novo lunar manterá os mercados chineses fechados entre amanhã (11) e a próxima quarta-feira (17). Nos próximos dias, também há feriados previstos no Japão, na Coreia do Sul, em Hong Kong e em Taiwan.
A seara de indicadores na Ásia, teve como destaque os números mais recentes de inflação da China. O índice de preços ao produtor (PPI, pela sigla em inglês) subiu 0,3% em janeiro ante igual mês do ano passado, depois de apresentar queda anual de 0,4% em dezembro. O índice de preços ao consumidor (CPI), por sua vez, tomou a direção contrária, ao sofrer um declínio anual de 0,3% em janeiro, revertendo alta de 0,2% do mês anterior.
Na Europa, nas próximas horas, são esperados também comentários dos presidentes do BCE, Christine Lagarde, e do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, em eventos marcados para esta quarta.
Na Alemanha, foi confirmado mais cedo que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,8% em janeiro ante dezembro e mostrou avanço de 1% na comparação anual, como já havia sido estimado preliminarmente.
No Brasil, destaque para as vendas no varejo, divulgadas hoje pela manhã pelo IBGE. Segundo o instituto, as vendas no varejo restrito avançaram 1,2% em dezembro, contra igual período do ano anterior. Na variação mensal, o índice cedeu 6,1% em relação a novembro.
Já o varejo ampliado, que inclui as vendas de veículos e material de construção, o avanço foi de 2,6% em relação a dezembro de 2019 e queda de -3,7% na margem.
O resultado de varejo foi abaixo do esperado por nós e abaixo do range de projeções informadas à Bloomberg, mostrando um desempenho muito mais fraco que o esperado.
No Legislativo, as atenções ficam para a votação do texto-base da autonomia do Banco Central e pelas negociações em torna da retomada do auxílio emergencial, o que traz cautela por conta da deterioração das contas públicas.
O senador Marcio Bittar (MDB-AC) reforçou ontem que o presidente Jair Bolsonaro deu sinal verde para uma nova rodada ao coronavoucher ou novo programa social.
A cautela diante do risco de estouro do teto de gastos e criação de imposto temporário, forçou o Banco Central ontem a fazer duas intervenções após o dólar tocar R$ 5,45, vendendo US$ 1 bilhão em swaps.
Ainda na seara política, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ontem querer tocar “todas as obras [paradas] possíveis”, mas que temer a “insegurança jurídica” na retomada dessas obras. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luiz Fux, disse, por sua vez, que apenas 6% das obras paradas por todo o Brasil não estão sendo tocadas por decisões de tribunais de contas, do Ministério Público ou do Poder Judiciário.
Fonte: Broadcast, Bloomberg e FGV
Rafael G. Cardoso, economista-chefe
rafael.cardoso@bancodaycoval.com.br
Antônio Castro, analista econômico